Natália Bernardo Vitório, de Contenda, recebeu orientação para regularizar a cozinha, obter alvará e desenvolver rotulagem. Seus pãezinhos são totalmente artesanais, fabricados com diferentes queijos, como gruyère, grana padano, montanhês, parmesão ou colonial.
O apoio do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater) ajuda a incentivar o empreendedorismo feminino no meio rural. Natália Bernardo Vitório, de Contenda, na Região Metropolitana de Curitiba, é um exemplo. Ela viu nas suas habilidades culinárias a oportunidade para melhorar de vida.
Há alguns meses passou a fabricar pães de queijo artesanais e gourmets que são comercializados no município e para melhorar a apresentação do produto procurou o IDR-PR. A extensionista Renata Lessa acompanhou todo o processo, desde a obtenção do alvará da vigilância sanitária até a elaboração dos rótulos das embalagens.
A cozinha está instalada na propriedade da família de Natália, na comunidade Capoeira Grande, onde ela mora com o marido Márcio Olbre. Ela já tem uma marca própria, a Rei Salomão, e pensa em expandir o negócio.
- Norte Pioneiro recebe benfeitorias e equipamentos agrícolas do Governo
- Ceasa de Londrina tem Banco de Alimentos modernizado e passa por reforma
Por enquanto a produção é modesta, cerca de 10 quilos de pão de queijo por dia, dependendo da clientela. Os pães estão sendo entregues em mercados e panificadoras de Contenda.
“São pães de queijo totalmente artesanais, sem conservantes. A receita só tem queijo e polvilho”, explicou Natália. Além desse diferencial, a produção ainda foi melhorada com diferentes tipos de queijo. O consumidor pode escolher entre o queijo gruyère, grana padano, montanhês, parmesão ou colonial. As embalagens contêm cerca de 12 unidades congeladas que só precisam de 35 minutos no forno para ficarem prontas.
SONHO – A ligação de Natália com a gastronomia começou há muito tempo, mas ela nem se dava conta de que a atividade poderia virar um trabalho. Há dez anos ela perdeu o avô, o que desencadeou um processo depressivo. Natália seguia sua vida, mas teve um sonho onde seu avô dizia que ela deveria se dedicar a algo que realmente gostasse. Depois de muito pensar, ela começou a fazer doces e vender na vizinhança.
Logo, conseguiu trabalhar em confeitarias de Joinville, onde morava. Foi então que, em conversa com uma amiga, resolveu pedir as contas para abrir um café. Duas semanas depois, sua colega e futura sócia soube que precisava tratar um câncer, o que mudou os planos da dupla de amigas.
Depois desses revezes, Natália se mudou com o marido para Contenda, onde foi trabalhar num mercado. Nesse meio tempo investiu na construção de uma cozinha para fabricar biscoitos.
“Fiz as bolachas por uns meses, mas o retorno não foi dos melhores, porque é um produto muito leve, que quebra muito. Resolvi fazer uma antiga receita de pão de queijo da minha mãe, um sucesso na família. Mas decidi fazer pão de queijo gourmet, totalmente artesanal”, explicou Natália.
Como a empresa está apenas começando, Natália vai dando os primeiros passos com cuidado. “Por enquanto eu trabalho sozinha. Mas penso em expandir as vendas para outros municípios. Se precisar de mão de obra quero empregar mulheres com filhos, que têm poucas oportunidades de trabalho”, afirmou.
Natália sonha em produzir 8.000 quilos por mês para continuar o processo artesanal do seu pão de queijo.
Por AEN