Novo modelo entra em vigor a partir da próxima quarta-feira (11). O período de abastecimento será reduzido para 36 horas, com suspensão de até 36 horas. Ou seja, um dia e meio com água e até um dia e meio sem água. A medida será implementada em função da falta de chuvas, que compromete o nível das barragens.
A Sanepar retoma na próxima quarta-feira (11) o modelo de rodízio anterior para o fornecimento de água em Curitiba e Região Metropolitana. O período de abastecimento será reduzido para 36 horas, com suspensão de até 36 horas. Ou seja, um dia e meio com água e até um dia e meio sem água. A medida será implementada em função da falta de chuvas, que compromete o nível das barragens.
A mudança é necessária para afastar a possibilidade de colapso no Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC). Além do histórico de poucas chuvas, as projeções dos institutos de meteorologia indicam o prolongamento da estiagem que impacta o Paraná há mais de um ano, especialmente na Região Metropolitana da Capital. Em julho último, choveu apenas 14,6 milímetros na região, diante da média histórica de 92,4 mm para o mês.
A Sanepar fez a análise e a projeção de vários fatores antes de tomar a decisão da adoção do modelo mais rígido. A Companhia levou em consideração a evolução do consumo, o nível de reservação, o histórico e a projeção das chuvas.
Para se ter uma ideia, em março de 2020, o nível das barragens fechou o mês com a média de 69%, caindo para 60% em abril e iniciando um viés de queda permanente sempre abaixo de 60%. Esse índice só foi reestabelecido um ano depois, em março de 2021, permanecendo somente até 4 de abril último. A partir de então, as barragens passaram a registrar quedas sucessivas novamente, chegando aos 48% registrados nesta semana.
OBRAS E AÇÕES – Esse cenário levou a Sanepar a uma decisão mais conservadora em relação ao rodízio. O diretor de Meio Ambiente e Ação Social da empresa, Julio Gonchorosky, explica que a medida tem como objetivo garantir o fornecimento de água de qualidade para cerca de 3,6 milhões de pessoas. “Temos que agir sempre com responsabilidade, pensando em assegurar níveis mínimos de reservação para garantir regularidade no abastecimento, mesmo que em forma de rodízio”, afirma o diretor.
Ao longo de 2020, a Sanepar implementou mais de 20 ações com o objetivo de mitigar os efeitos da crise hídrica, incluindo o rodízio, a campanha META20 de redução de consumo de água e várias obras e ações de captação emergencial em pedreiras e cavas. Somadas com o efeito do rodízio e a colaboração da população, essas medidas incrementaram ao SAIC cerca de 70 bilhões de litros de água.
Atualmente, a Sanepar está finalizando duas obras estruturantes que vão acrescentar 900 litros por segundo ao SAIC, o que corresponde a 10% da captação do sistema integrado. Uma é a implementação de uma adutora que vai transportar 200 litros por segundo da barragem do Rio Verde, em Campo Largo, até a barragem do Passaúna em Curitiba. A outra é a transposição do Rio Capivari para o Iraí, que vai incorporar cerca de 700 litros de água por segundo ao sistema.