Um caso que chocou Araucária, chegou a uma decisão judicial nesta terça-feira (11/02). Danir Garbossa, empresário acusado de envolvimento na morte da fiscal de loja Sandra Maria Aparecida Ribeiro, ocorrida em abril de 2020 durante a pandemia de COVID-19, foi inocentado pela Justiça. O crime aconteceu no hipermercado Condor, após uma confusão envolvendo o uso de máscaras, medida obrigatória na época.
De acordo com testemunhas, Danir se recusou a usar máscara ao entrar no estabelecimento, o que levou a uma discussão. Um segurança foi chamado para intervir, e durante o confronto, um disparo foi efetuado, atingindo Sandra, que faleceu no local. A funcionária tinha 45 anos, era separada e deixou dois filhos, de 15 e 18 anos.
A juíza Priscila Crocetti, responsável pelo caso, absolveu Danir Garbossa, mas determinou uma medida de segurança que inclui tratamento ambulatorial por três anos. A decisão estabelece que a periculosidade do empresário deverá ser avaliada periodicamente. O advogado de Danir, Igor Salmen, comemorou a decisão, afirmando que seu cliente sempre foi inocente e que a tragédia foi resultado de uma série de falhas.
“Infelizmente, houve uma tragédia naquele dia, mas meu cliente também foi vítima de uma situação que estava fora de seu controle. Ele não poderia imaginar que estaria em surto psicótico naquela época”, explicou Salmen. A defesa conseguiu comprovar que Danir sofre de uma doença degenerativa chamada doença de Huntington, que o deixou em estado de surto psicótico no momento do incidente.
O advogado também criticou a atuação do segurança Wilhan Pinheiro Soares, de 27 anos, que estava armado no dia do ocorrido. Segundo Salmen, o vigilante agiu de forma inadequada e sem preparo para lidar com a situação. “Ele não tinha treinamento para usar uma arma de fogo e não seguiu os protocolos para lidar com pessoas em surto psicótico. O resultado foi trágico”, afirmou.
Wilhan foi liberado provisoriamente em abril de 2020, após a juíza Débora Cassiano Redmond considerar que a prisão preventiva não se justificava, já que ele não tinha antecedentes criminais e, a princípio, não teria tido intenção de matar a fiscal.
A defesa da família de Sandra Maria Aparecida Ribeiro ainda não se manifestou sobre a decisão.
O caso, que ocorreu em um momento crítico da pandemia, levantou debates sobre a segurança em estabelecimentos comerciais e a preparação de profissionais para lidar com situações de conflito, especialmente envolvendo pessoas com condições psiquiátricas.
Fonte: Banda B