Segundo informações, a Polícia Militar prendeu em Curitiba os suspeitos de matarem a empresária Rozélia Caldas, o ex-marido José Dirceu Caldas e seu filho Jonatas Caldas. Os suspeitos já estão sendo ouvidos pelo delegado Eduardo Kruger da Delegacia da Mulher de Araucária.
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) concluiu as investigações do feminicídio de Rozélia Maria Martins Caldas, 50 anos, que foi morta em Araucária, dia 7 de janeiro. A vítima desceu de um carro, na marginal da BR-476, em frente a entrada da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) gritando por socorro e recebeu tiros pelas costas.
No último sábado (14), os policiais civis cumpriram ainda mandados de busca nas residências dos foragidos, onde foram apreendidos documentos e aparelhos eletrônicos que compravam a autoria do feminicídio.
Os policiais civis ainda apreenderam dois veículos. O carro, utilizado para abordar a vítima na noite do feminicídio, foi encontrado no município de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba e outro, utilizado para a fuga, estava em um posto de gasolina, na Capital.
A casa da namorada do Jonatas também recebeu a equipe da polícia, segundo o delegado. “Outro local que também foram realizadas buscas, foi na casa da namorada do Jonatas, onde foi localizado e aprendido o celular dela, onde tinha informações sobre o crime”, informou.
Ao ser questionada, a namorado do Jonatas informou que também sofria ameaças dele. “Ela confirmou tudo aquilo que a gente já sabia, e ela acabou confirmando, apenas incluiu a informação de que ela também entrou no veículo da Rozélia no momento de deixar o veículo no matagal. E ela deixou bem claro que já sofria ameaças do Jonatas, que ele era uma pessoa agressiva com ela e que só foi junto com ele por estar sendo ameaçada”, disse o delegado.
Investigação
Conforme apurado, a motivação do crime está ligada ao início de um novo relacionamento da vítima, que foi casada com um dos suspeitos por 34 anos. Os disparos que vitimaram Rozélia teriam sido efetuados pelo filho de seu ex-marido.
Segundo o delegado, não foi difícil chegar até os suspeitos do assassinato. “Foram realizadas diversas diligências. Nós buscamos descobrir o caminho feito pelos criminosos, fomos em busca de imagens de câmeras e informações sobre o rastreamento do veículo. Logo conseguimos descobrir que o autor do crime foi o Jonatas, sob a mentoria de José Dirceu”.
Acima de qualquer suspeita
José Dirceu chegou a ir no velório de Rozélia, negando qualquer envolvimento. “Ele nega, inclusive foi no velório. Os familiares não acreditaram quando a situação começou a apontar pra ele como autor. Ele negou, a todo o momento muito frio, falava que não tinha nada a ver com isso”, afirmou o delegado.
Os filhos foram ouvidos, mas não comentaram sobre o comportamento do pai até a polícia chegar aos indicativos que teria sido ele um dos autores do crime. Mas para eles, José Dirceu era um excelente pai. “Os filhos falaram que ele era um excelente pai, um excelente homem. Foi um excelente marido, durante o casamento. Então foi um pouco contraditório. Mas realmente depois que passou a ameaçá-la foi um grande indicativo que ele teria participação neste crime”, informou o delegado.
Kruger contou também que a relação de Rozélia e Jonatas não era próxima, o que não dificultou o crime. “Na verdade o Jonatas foi enteado por muitos anos da Rozélia. E esse relacionamento deles já não era muito tranquilo, então ele já não tinha também um afeto grande pela Rozélia. Ele levava uma vida desregrada, morava em pensões. Há indicativos de que era usuário de drogas, então pra ele não deve ter sido difícil para ser convencido de praticar o crime”.
Jonatas já tem passagem pela polícia pelo crime de contrabando. Agora ele e o pai irão responder pelo crime qualificado de feminicídio.
Da redação