O empresário Danir Garbossa, acusado no envolvimento da morte da fiscal de loja Sandra Maria Aparecida Ribeiro, no Hipermercado Condor, em Araucária, região metropolitana de Curitiba, deixará a prisão, mediante monitoramento eletrônico. A Justiça concedeu a ele a prisão domiciliar em resposta ao pedido da defesa, em que afirma, por meio de laudos médicos, que Garbossa possui grave doença degenerativa. A fiscal de loja foi morta em abril desse ano e a confusão começou com a negativa do empresário em colocar máscara para entrar no estabelecimento, segundo os autos processuais.
O advogado de defesa Ygor Nasser Salmen apresentou documentos oficiais à Justiça que corroboraram problemas neurológicos em Garbossa. Um laudo psicológico afirma que o empresário apresenta todos os critérios para Transtorno Explosivo Intermitente. Exames de ressonância do Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) têm indicação médica para ‘Demência Frontotemporal’.
Diante disso, e também por ter na família casos de Alzheimer, o empresário precisaria de acompanhamento constante de um neurologista. “O quadro de saúde do acusado tem evoluído negativamente e que o estado de demência se encontra acentuado, sendo que o Complexo Médico Penal não possui meios para oferecer tratamento, especialmente diante da ausência de médico com especialidade em casos de demência”, alega a defesa.
A Justiça acatou os argumentos da defesa e autorizou Garbossa a cumprir prisão domiciliar. No entanto, há uma série de impositivos, entre eles, a proibição de se afastar pelo raio de 50 metros de sua casa, com autorização de saída delimitada apenas para tratamento de saúde.
Ainda, de acordo com o documento, a família será responsável pelo tratamento psiquiátrico do empresário, que terá de ter comprovação e relatórios periódicos de evolução.
Em entrevista à Banda B, Salmen definiu como “sensata e humana” a decisão. “Ela reconhece o estado de saúde debilitado de um homem, que nunca quis machucar ninguém, e que descobriu da pior forma um diagnóstico médico severo. Precisamos que as pessoas cobrem o Promotor de Araucária pelo gravíssimo erro cometido. Ele não quis responsabilizar o principal culpado pela morte de uma inocente: o despreparado vigilante armado, que atirou para matar. A verdade continua sendo escondida. Por qual motivo?”, questiona.
Atualmente, o empresário está preso no Centro de Triagem de Curitiba. Ele deverá ser solto e ir para casa ainda nesta terça-feira (15).
O caso
A confusão no Hipermercado Condor começou após Danir Garbossa se recusar a colocar máscara para entrar no estabelecimento, como determina decreto da Prefeitura de Araucária para controle da pandemia de coronavírus.
Câmeras de segurança mostram o momento em que o vigilante e outros funcionários vão até o empresário, que já empurrava um carrinho de compras entre os corredores do hipermercado.
Houve discussão e agressão entre o empresário e o vigilante. Há relatos de que Garbossa tentava pegar a arma do vigilante, no momento em que houve um disparo e atingiu o pescoço da fiscal de loja, que morreu na hora.