O maior hospital pediátrico do país, o Pequeno Príncipe em Curitiba registrou o maior número de internamentos nos últimos dias relacionados à covid-19. Nesta terça-feira (7), o hospital tinha 28 pacientes internados, sendo cinco deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além dos números, o que preocupa são as contaminações de bebês e crianças pequenas que não frequentam creches ou escolas.
O recorde de internações hospital especializado no atendimento a crianças e adolescentes, ocorre ao mesmo tempo em que a prefeitura de Curitiba diminuiu as restrições aos serviços considerados não essenciais, com a adoção da bandeira laranja que entrou em vigor nesta quarta-feira (9).
De acordo com o Pequeno Príncipe, o número de crianças diagnosticadas com a doença nos cinco primeiros meses de 2021 já é mais do que o dobro registrado em todo o ano de 2020. Já a média mensal de casos confirmados neste ano chega a 155, cinco vezes maior que a do ano anterior que teve 31.
De março a dezembro do ano passado, o hospital atendeu 1.611 casos suspeitos de coronavírus e confirmou 311 deles, com 84 internações e cinco mortes. Já de janeiro a maio deste ano, dos 2.646 pacientes testados, 776 tiveram o diagnóstico confirmado de covid-19, ou seja, além do aumento de casos a média de confirmação de casos positivos passou de 20% para 29%. De internações foram 105 com 6 mortes.
Se contabilizarmos somente o mês de junho, só nos sete primeiros dias, 20 pacientes já foram internados. Na terça, o Pequeno Príncipe contava com 28 crianças (de zero a 2 anos) e adolescentes hospitalizados, cinco deles na UTI e um total de 18 casos com o diagnóstico da doença confirmado.
“O perfil é de criança de mais baixa idade e adolescentes com comorbidades, que ainda não frequenta atividades escolares. Um dos fatores que pode estar aumentando a quantidade de casos de covid-19 nesta faixa pode estar associado a idade dos pais, que varia de 30 a 50 anos. Hoje, esta é a faixa etária que mais desponta como principal contaminada e, também, o fato de nós começarmos a ter cepas diferentes circulando à medida que a gente demora um pouco mais para vacinar a população”, explicou o infectologista pediátrico Victor Horácio.
Crianças e adolescentes não pertencem ao grupo de risco da covid-19, mas é preciso dar atenção nas medidas de segurança com o uso adequado de máscaras, utilização de álcool em gel e distanciamento social.
FONTE: TribunaPr
FOTO: Arquivo/Antônio More.