O inverno ainda não chegou, mas há previsão de uma onda de frio nos próximos dias.
Segundo os meteorologistas, no ano passado o frio não foi tão intenso, mas promete ser diferente agora. A previsão indica, que teremos um inverno mais rigoroso em 2024 e com isso é importante redobrar os cuidados com as nossas crianças que são mais afetadas com as doenças de inverno. Resfriados, gripe e bronquiolite são as principais ameaças à saúde das crianças. Felizmente para resfriados e gripe temos vacinas que ajudam a proteger os pequenos, mas a bronquiolite merece atenção, ela é a principal responsável pelas internações de crianças no outono e no inverno.
Segundo a pediatra da Clínica São Vicente, Dra Claudia Borges Rodrigues (CRM 24.084), trata-se de uma infecção viral, que acomete a parte mais delicada do pulmão dos bebês (os bronquíolos). Essas estruturas do organismo são a continuidade dos brônquios, que distribuem o ar para dentro dos pulmões. É causada principalmente pelo vírus sincicial respiratório. 22% das infecções respiratórias agudas do trato inferior são causadas pelo vírus sincicial respiratório, são mais de cento e uma mil mortes por ano em crianças menores por esse vírus.
Pode atingir crianças de todas as idades, porém é mais prevalente e preocupante nas crianças menores de 02 anos. Os sintomas para vocês ficarem em alerta, começam com sintomas semelhantes a um quadro gripal: coriza, nariz escorrendo, nariz entupido, tosse e pode ter febre. Em algumas crianças, principalmente, os bebês menores de 01 ano, prematuros, portadores de doenças cardíacas, pode evoluir com piora do padrão respiratório, com aumento da quantidade de secreção pulmonar, levando ao chiado, falta de ar, respiração ofegante, até uma insuficiência respiratória mais grave com cianose (arroxeamento dos lábios e extremidades) e pausas respiratórias.
Em geral, a criança acaba evoluindo com uma piora clínica nos primeiros 04 a 05 dias, que é a fase mais aguda da infecção, depois em torno de 5 a 7 dias para melhorar, em média 10 dias de evolução do quadro. Não tem nenhum tratamento específico para essa doença no momento, na maioria dos casos, especialmente nas crianças sem fatores de risco, a evolução do quadro é benigna, sem necessidade de nenhum tratamento medicamentoso, evoluindo para cura.
Em casos mais graves, a internação é necessária para que se possa ofertar oxigênio aos pacientes. A admissão em UTI para o suporte ventilatório adequado pode ocorrer em até 15% das crianças internadas. A prevenção é a melhor medida para evitar essa doença. Por isso, é recomendável evitar o contato com crianças e adultos resfriados, lavar as mãos e higienizá-las com álcool 70%, principalmente antes de tocar os bebês. Fugir de aglomerações, evitar ao máximo as visitas aos recém nascidos, principalmente nessa época do ano. Promover a amamentação e evitar o tabagismo passivo.
Então mamães e papais, fiquem atentos aos sinais de alerta: febre por mais de 72 horas, prostração, o bebê fica caído, apático, sem conseguir mamar, se hidratar, respiração acelerada mesmo sem febre, ofegante, com falta de ar, barulho de chiado (como se fosse um apito, “miadinho” de gato no peito). Com a piora desses sintomas não hesite em procurar o pediatra do seu filho ou levá-lo a um pronto atendimento nos casos mais graves.
Assessoria