Além da criminalidade menor, houve acentuada queda de acidentes, pessoas feridas e mortes causadas pelo trânsito urbano entre às 23h e 5h. Com a circulação restrita e maior fiscalização das equipes policiais o número de acidentes caiu 31,7%, de 616 para 421.
Paraná já está há 35 dias com restrições mais rígidas para a circulação de pessoas e reuniões para evitar a propagação do novo coronavírus. As medidas estabelecidas por decreto do Governo do Estado incluem, entre outras ações, o chamado “toque de recolher” entre 23 horas e 5 horas.
Um balanço da Polícia Militar divulgado nesta sexta-feira (8) mostra que nesta faixa de horário houve redução de crimes e acidentes desde o início da vigência das normas estaduais. No trânsito urbano, o número de acidentes caiu 31,7%. Também houve redução de crimes como os roubos (-15,9%), os furtos (-6,4%) e violência doméstica (-2,5%). Os dados se referem a uma comparação entre os períodos de 29 de outubro a 02 de dezembro e 03 de dezembro a 6 de janeiro.
Segundo o subcomandante-geral da PM, coronel Hudson Leôncio Teixeira, alguns fatores contribuíram para o resultado. Ele cita a forte atuação da corporação na fiscalização das medidas e o reforço de orientações das pessoas sobre as normas sanitárias.
O oficial destaca ainda que houve bom senso e colaboração da maior parte da sociedade em respeitar as regras de convívio social e de restrição de circulação. “O acolhimento da sociedade em cumprir as normas restritivas resultou em menos pessoas nas ruas, mais conscientização e respeito, além disso menos crimes e menos acidentes de trânsito”, disse.
ESFORÇO – O coronel explica que a pandemia do coronavírus desafiou os agentes de segurança pública, que prosseguiram no esforço de redução da criminalidade. Com a edição dos decretos do Estado, a Polícia Militar também redobrou as ações preventivas e as orientações para fazer valer os novos padrões de comportamento e de convívio social para minimizar os efeitos da propagação do vírus.
Na quinta-feira (7), o governo estadual renovou até o final de janeiro as normas estabelecidas no início de dezembro com a publicação do decreto nº 6.294. Houve adequações às medidas já adotadas, mas a inédita restrição de circulação de pessoas em um horário específico prossegue.
O coronel Hudson explica que desde a edição dos decretos a Polícia Militar intensificou seu trabalho para inibir o consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos e o funcionamento de estabelecimentos comerciais fora do horário permitido, conforme as novas regras estaduais.
Além do efetivo regular, foram reforçados os trabalhos de Ação Integrada de Fiscalização Urbana (AIFU) em todo o estado, com atividades que envolveram prefeituras municipais e outros órgãos.
Os efeitos da restrição de circulação de pessoas e funcionamento de pontos de comércio foram observados na incidência de crimes e nos acidentes de trânsito.
NÚMEROS – Nos 35 dias anteriores ao primeiro decreto, entre os dias 29 de outubro e 02 de dezembro, no horário entre 23 horas e 5 horas, a PM atendeu 2.086 furtos, 440 roubos e 1.086 casos de violência doméstica em todo o Paraná.
Durante a vigência do decreto, houve redução desses três crimes. Os furtos caíram 6,4% (de 2.806 para 2.627), os roubos tiveram queda de 15,9% (de 440 para 370) e as ocorrências de violência doméstica caíram 2,5% (de 1.086 para 1.113).
TRÂNSITO – Além da criminalidade menor, observou-se uma acentuada queda de acidentes, pessoas feridas e mortes causadas pelo trânsito urbano entre às 23h e 5h. Com a circulação restrita e maior fiscalização das equipes policiais houve queda de 31,7% de acidentes (de 616 reduziu para 421). O número de pessoas feridas teve redução de 18% (de 299 para 245), e os óbitos no local do acidente caíram 20% (de 20 para 16).
Para o subcomandante-geral da PM, coronel Hudson Leôncio Teixeira, a redução nos acidentes de trânsito também possibilitou que menos pessoas necessitassem de atendimento hospitalar no Estado. “Um dos objetivos foi o de não inflar a saúde pública com pessoas feridas em acidentes. Com isso, abrimos a possibilidade de ter mais leitos de UTI livres para atender vítimas de Covid”, esclareceu.
Fonte: AEN