As placas solares serão instaladas no local, que foi desativado em 2010, após receber resíduo doméstico domiciliar por 20 anos
Um dos maiores símbolos da inovação de Curitiba, a implantação da Pirâmide Solar do Caximba começa a sair do papel na próxima semana. A ordem de serviço para execução do projeto foi assinada na manhã desta sexta-feira (18) pelo prefeito Rafael Greca, em solenidade híbrida (presencial e on-line) no Palácio 29 de Março.
Greca também autorizou na ocasião, a licitação para implantação dos painéis para geração de energia solar em três terminais de ônibus da cidade.
“Queremos acordar o Brasil para a importância das novas energias”, disse o prefeito. ao lado da secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza do Carmo Oliveira Dias, e do diretor da empresa vencedora da licitação da Pirâmide Solar.Marcelo Abuhamad Filho.
Para Greca, situações como a que vive o município fluminense de Petrópolis, confirmam a urgência de ações de incremento da sustentabilidade, como a implementação de energias renováveis e de menor impacto no meio ambiente.
Investimento
O município vai investir R$ 28,7 milhões na obra, que tem início com visitas para elaboração do projeto executivo. O valor representa uma economia de 24% em relação ao valor do orçamento do projeto. Com mais de 10,5 mil painéis fotovoltaicos, a usina do Caximba terá potência de 4,55 MWp de geração.
Trata-se do primeiro projeto de grande porte desta área erguido sobre um aterro sanitário na América Latina.
As placas solares serão instaladas no aterro sanitário que foi desativado em 2010, após receber resíduo doméstico domiciliar por 20 anos.
De acordo com a secretária Marilza, a geração de energia no local deve começar em até 12 meses, prazo previsto para execução do projeto.
Ainda segundo a secretária do Meio Ambiente, a iniciativa tem impacto positivo em duas grandes questões.
“Com esse projeto, transformamos um passivo ambiental em usina geradora de energia renovável. E, ainda, estimulamos a população a buscar fontes menos poluentes de energia”, ressaltou.
Mudanças climáticas
A Pirâmide faz parte de um conjunto de iniciativas do Curitiba Mais Energia, uma das estratégias da cidade para combater e mitigar as mudanças climáticas. O programa inclui, ainda, a instalação de painéis no Palácio 29 de Março, no Salão de Atos do Parque Barigui e na Galeria das Quatro Estações, do Jardim Botânico. Além da CGH Nicolau Klüppel, que gera energia a partir da queda d’água do Parque Barigui.
Parceria internacional
A concretização da Pirâmide – concepção do prefeito Rafael Greca que remonta a 2012 – foi elogiada pelos entes internacionais que fizeram parte do financiamento do projeto. Para o vice-diretor regional da C40 para a América Latina, Ilan Cuperstein, o mérito do município é grande por ter enfretnado todos os desafios para colocar transformar a ideia em realidade. O C40 é um grupo internacional que reúne iniciativa de combate aos efeitos do aquecimento global.
“A usina é ainda mais especial em função do Bairro Novo do Caximba, o que torna o projeto integral do ponto de vista climático, transformando uma das áreas mais vulneráveis da cidade em um polo de inovação climática que vai ser exemplo para o Brasil e para o mundo”, disse.
Selecionado pela rede de cidades C40 e contemplado com recursos do Cities Finance Facility (CFF) do C40 para elaboração, o projeto da Pirâmide Solar segue as regras de Geração Distribuída da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O projeto também é uma colaboração do C40 Cities Climate Leadership Group e da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, que apoia cidades no desenvolvimento de projetos para reduzir as emissões de gases e frear o aumento da temperatura global.
O programa é financiado pelo Ministério Federal Alemão para o Desenvolvimento Econômico e Cooperação (BMZ), pelo Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido (BEIS) e pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
A coordenadora de Transformação Urbana da GIZ, Sarah Habersack, elogiou o pioneirismo da capital paranaense. “Esperamos que Curitiba lidere muitos municípios brasileiros na adoção de energia renovável”, afirmou. Já a ministra conselheira da Embaixada da Alemanha em Brasília e Chefe da Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável, Petra Schmidt, desejou que a “retomada verde de Curitiba também se espalhe pelo Brasil”.
Novas plantas
A próxima etapa do Curitiba Mais Energia, com orçamento previsto de pouco mais de R$ 20,6 milhões, inclui a licitação de mais três sistemas fotovoltaicos, nos telhados dos terminais de ônibus do Santa Cândida (465KWp), Boqueirão (512KWp) e Pinheirinho (925KWp). A licitação foi autorizada nesta sexta-feira (18/2) e o edital deve ser lançado nas próximas semanas.
Ainda neste semestre a Prefeitura iniciará a terceira etapa de obras, visando a implantação de sistema fotovoltaico no telhado da Rodoferroviária de Curitiba (1.530 KWp), com orçamento previsto de R$ 9.902.231,10.
No telhado da Rodoferroviária, e dos terminais do Santa Cândida, Boqueirão e Pinheirinho serão instalados 8.009 painéis fotovoltaicos totalizando 3,46 Mwp, a instalação demandará um prazo de até 9 meses.
Juntos os sistemas terão capacidade instalada de 8.012 KWp (ou 8,01MWp) e devem suprir mais de 40% do consumo de energia do município. Nos cinco sistemas, considerando os valores orçados e o valor da obra contratada para o aterro, o investimento total é de R$ 59,2 milhões.
O retorno previsto dos investimentos em cada empreendimento, com a economia nas contas de energia, deve acontecer em um prazo inferior a dez anos.
Acompanharam a assinatura, ainda, o assessor de Relações Internacionais, Rodolpho Zannin Feijó, e o presidente da URBS, Ogeny Pedro Maia Neto. Por videoconferência, estiveram presentes o diretor regional da C40 para a América Latina, Manuel Oliveira; o cônsul honorário do Reino Unido no Paraná, Adam Patterson; e o cônsul honorário da Alemanha no Paraná, Andreas Hoffrichter.
Por SMCS | Prefeitura de Curitiba