Os 35 funcionários da LCD Engenharia em Araucária, que prestam serviços à Petrobras na REPAR, estão paralisados desde o dia 9 de junho devido ao atraso no pagamento dos salários de maio, que deveriam ter sido quitados até o dia 6 de junho. A empresa chegou a prometer, por meio de comunicado aos colaboradores, a regularização dos pagamentos para o dia 13 de junho, mas a promessa não foi cumprida, levando à intensificação do movimento grevista.
A paralisação ocorre em diversas unidades da Petrobras pelo país, incluindo refinarias e plantas no Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Espírito Santo, entre outras regiões, envolvendo cerca de mil trabalhadores terceirizados da LCD Engenharia. A situação é grave, com atrasos que ultrapassam 50 dias em alguns casos, e a empresa enfrenta dificuldades financeiras, inclusive com risco de quebra.
Na última segunda-feira, 16 de junho, os funcionários de Araucária realizaram uma assembleia com representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagem, Manutenção e Prestação de Serviços (Sindimont) e o presidente da entidade, Gilmar Lisboa. Na reunião, decidiram judicializar a situação, entrando com ações contra a LCD Engenharia e a Petrobras para garantir a regularização dos pagamentos e dos direitos trabalhistas.
Nota do Sindimont
Em nota oficial à imprensa, o Sindimont denunciou o atraso salarial e exigiu providências imediatas. O sindicato destacou que os trabalhadores foram obrigados a paralisar as atividades diante do descaso e da instabilidade causada por mais uma empresa terceirizada operando dentro da REPAR. O Sindimont notificou formalmente a LCD, exigindo a regularização dos salários conforme a Convenção Coletiva de Trabalho, que prevê multa pelo atraso e a garantia dos dias parados. O sindicato também cobrou uma posição firme da Petrobras para evitar a reincidência de casos semelhantes e realizou manifestação em frente à refinaria para alertar a sociedade e os trabalhadores sobre a situação.
Em resposta à pressão dos sindicatos e das mobilizações, a Petrobras suspendeu o contrato com a LCD Engenharia e assumiu o pagamento direto dos salários dos trabalhadores, enquanto busca uma solução definitiva para o problema. A estatal também informou que está diligenciando para que a empresa contratada cumpra suas obrigações legais e contratuais.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e os sindicatos reforçam a necessidade de mudanças estruturais na política de contratação de prestadoras de serviço da Petrobras, destacando que casos como o da LCD refletem problemas recorrentes de precarização, calotes e riscos à segurança dos trabalhadores.
A greve segue até que os salários sejam pagos e as condições de trabalho regularizadas, com os trabalhadores mobilizados em busca de seus direitos.